Lucas 7:16 “E de todos se apoderou o temor, e glorificavam a Deus, dizendo: Um grande profeta se levantou entre nós, e Deus visitou o seu povo”.
VERDADE PRÁTICA
Ao curar os enfermos e dar vida aos mortos, Jesus demonstrou o seu poder messiânico e provou também o amor de Deus pela humanidade caída.
LEITURA DIÁRIA
Segunda — Lc 5.24: Jesus e o seu poder para perdoar e curar a todos
Terça — Lc 5.12,13: Jesus e a sua compaixão pelos doentes e necessitados
Quarta — Lc 5.17: Jesus e a autoridade para curar toda enfermidade
Quinta — Lc 10.17-19: Jesus e a delegação de autoridade aos seus discípulos
Sexta — Lc 17.20,21: Jesus e a manifestação do Reino de Deus para todos
Sábado — Lc 21.31: Jesus anunciou eventos que precederiam a vinda literal do Reino
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Lucas 4:38,39; 7:11-17.
Lucas 4
38 — Ora, levantando-se Jesus da sinagoga, entrou em casa de Simão; e a sogra de Simão estava enferma com muita febre; e rogaram-lhe por ela.
39 — E, inclinando-se para ela, repreendeu a febre, e esta a deixou. E ela, levantando-se logo, servia-os.
Lucas 7
11 — E aconteceu, pouco depois, ir ele à cidade chamada Naim, e com ele iam muitos dos seus discípulos e uma grande multidão.
12 — E, quando chegou perto da porta da cidade, eis que levavam um defunto, filho único de sua mãe, que era viúva; e com ela ia uma grande multidão da cidade.
13 — E, vendo-a, o Senhor moveu-se de íntima compaixão por ela e disse-lhe: Não chores.
14 — E, chegando-se, tocou o esquife (e os que o levavam pararam) e disse: Jovem, eu te digo: Levanta-te.
15 — E o defunto assentou-se e começou a falar. E entregou-o à sua mãe.
16 — E de todos se apoderou o temor, e glorificavam a Deus, dizendo: Um grande profeta se levantou entre nós, e Deus visitou o seu povo.
17 — E correu dele esta fama por toda a Judeia e por toda a terra circunvizinha.
INTRODUÇÃO
As doenças, enfermidades e a morte existem como consequências da entrada do pecado no mundo. Escrevendo aos Romanos, Paulo afirma que “como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram” (Rm 5.12). Jesus, o Messias prometido nas Escrituras, veio para tratar do problema do pecado e das suas consequências (Is 53.4-7; 6.1,2). Com esse fim, Jesus, durante o seu ministério terreno, curou doentes e ressuscitou os mortos (Mt 8.14-17; Lc 7.11-15). Todos os evangelistas, especialmente Lucas, destacam esse fato (Lc 4.16-19).
Nesta lição, vamos estudar alguns dos registros bíblicos sobre a autoridade do Senhor para curar doentes e ressuscitar os mortos.
I. DOENÇAS, PERDÃO E CURA
- Culpa, perdão e cura. Certa vez, Jesus disse a um paralítico que o perdoava, e os escribas e fariseus murmuraram entre si: “Quem é este que diz blasfêmias? Quem pode perdoar pecados, senão Deus?” (Lc 5.21). Foi por causa dessa incredulidade que o Senhor propôs: “Qual é mais fácil? Dizer: Os teus pecados te são perdoados, ou dizer: Levanta-te e anda?” (Lc 5.23).
As palavras de Jesus provocaram espanto na cidade de Cafarnaum. Antes de declarar o paralítico curado, Jesus primeiramente proferiu uma palavra de perdão. No contexto do Antigo Testamento, o pecado e as doenças eram conceitos inter-relacionados (Sl 103.3). Essa era a crença popular de Israel nos dias de Jesus, e o contexto mostra que o paralítico também pensava assim. O ensino neotestamentário revelará que, de fato, há uma relação entre o pecado e as doenças (Jo 5.14; Tg 5.15,16). Todavia, devemos observar que nem sempre a lei de causa e efeito pode ser usada para justificar determinadas doenças ou fatos ocorridos (Jo 9.1,2; Lc 13.1-5). Na narrativa lucana, Jesus, o Filho do Homem, demonstrou o seu poder tratando o problema da alma, removendo a culpa e depois cuidou do corpo, removendo a enfermidade (Lc 5.24). - A ação de Satanás. É um fato bíblico que toda doença e enfermidade existem como consequência da entrada do pecado no mundo (Gn 2.17). Por outro lado, a Escritura mostra também que há enfermidades que vem por conta do julgamento de um pecado pessoal (1Co 5.5; 11.30) enquanto outras, como demonstra Lucas, estão associadas à ação de Satanás (Lc 13.10,11). Embora nem toda doença possa ser atribuída à ação de demônios, todavia esse era o caso aqui. Quando confrontou o chefe da sinagoga, Jesus deixou claro essa verdade (Lc 13.16). Jesus demonstrou seu poder sobre a enfermidade e sobre aquele que a causara, Satanás.
II. RAZÕES PARA CURAR
- A compaixão. Os Evangelhos mostram que uma das razões da cura dos enfermos no ministério de Jesus estava em sua capacidade de demonstrar compaixão (Lc 5.12,13). Você sabe o que significa compaixão? Segundo o Dicionário Houaiss, significa: “sentimento piedoso de simpatia para com a tragédia pessoal de outrem, acompanhado do desejo de minorá-la”. Jesus se identifica com o sofrimento humano. Ele cura as enfermidades porque é misericordioso (Mc 3.5; Mt 20.34). E você? Diante dos enfermos e necessitados, tem se mostrado compassivo? Precisamos ser cheios do Espírito Santo para que nossos corações sejam repletos de compaixão pelo próximo.
- Manifestação messiânica. Lucas registra que em uma de suas visitas à cidade de Jericó, Jesus teve um encontro com um mendigo cego (Lc 18.38-42). O relato nos revela outra razão para as curas no ministério de Jesus — a revelação da sua natureza messiânica. O título: “Filho de Davi” usado pelo mendigo era uma clara alusão ao Messias prometido como mostram outros textos bíblicos (Mt 1.1; 12.23; 22.42). Era uma atribuição do Messias curar os doentes (Is 61.1; Lc 4.18). De acordo com Mateus, o Messias tomou sobre si, vicariamente, as nossas doenças e enfermidades (Is 53.4,5; Mt 8.14-17).
III. AUTORIDADE PARA CURAR
- Autoridade recebida. Lucas, mais do que todos os outros evangelistas, associa a pessoa do Espírito Santo ao ministério de cura de Jesus (Lc 4.16-18). O texto de Lucas 5.17 diz que antes da cura do paralítico de Cafarnaum a “virtude do Senhor estava com ele para curar” (Lc 5.17). A palavra “virtude”, do grego dynamis é a mesma usada em Atos 1.8 para se referir ao poder do Espírito Santo. Dymanis é o poder do Espírito Santo para realizar milagres. Jesus curava os enfermos porque a unção do Espírito Santo estava sobre Ele. Esse é um fato relevante na teologia de Lucas. Ele retrata Jesus como sendo cheio do Espírito Santo (Lc 4.1), capacitado por esse mesmo Espírito para realizar milagres e também para curar os doentes (Lc 4.14; 5.17).
- Autoridade delegada. Se por um lado Jesus é capacitado pelo Espírito Santo para realizar milagres, por outro, Ele dá esse mesmo poder aos seus discípulos. Tendo o Mestre convocado os Doze, concedeu-lhes poder e autoridade sobre todos os demônios, e para efetuarem curas. Também os enviou a pregar o Reino de Deus e a curar os enfermos (Lc 9.1,2). Aquilo que Jesus começou a fazer pelo poder do Espírito Santo teria continuidade através de seus seguidores. O Senhor delegou à Igreja o mesmo poder que estava sobre si (Lc 9.1,2; 10.9,18,19; At 1.8; 4.8; 13.9). Dessa forma a Igreja estaria capacitada a cumprir a sua missão. Quando a Igreja negligencia a Terceira Pessoa da Trindade, perde não somente o seu foco, mas também a sua identidade.
IV. A REDENÇÃO DO NOSSO CORPO
- O reino presente. Jesus não apenas demonstrou poder sobre as doenças e enfermidades, mas também sobre a própria morte (Lc 8.53-55). Um dos aspectos da manifestação do Reino de Deus, isto é, o domínio de Deus entre os homens, era a sua realidade já presente (Lc 17.20,21). As curas e ressurreições de mortos atestavam isso (Lc 7.22). Jesus veio para destruir o poder do pecado e vencer a morte!
- O reino futuro. Se por um lado temos o Reino de Deus em seu aspecto presente, por outro temos o seu aspecto futuro (Lc 21.31; 23.43). Como vimos, as curas dos doentes e a ressurreição dos mortos registradas nos Evangelhos demonstravam a realidade presente do Reino. Mas a realidade do Reino não foi manifesta em sua totalidade. Pessoas continuam ainda lutando com doenças e mesmo aqueles que foram ressuscitados por Cristo morreram posteriormente. O Reino em sua plenitude só se consumará na segunda vinda de nosso Senhor, quando teremos a redenção do nosso corpo e nunca mais haverá morte (Ap 21.4).
CONCLUSÃO
Ao curar os doentes e dar vida aos mortos, o Senhor Jesus mostrou o seu poder sobre o pecado e suas consequências. As pessoas que presenciavam o Filho do Homem realizar sinais e maravilhas exclamavam admiradas: “Deus visitou o seu povo” (Lc 7.16). Deus visitou um povo esquecido, sofredor, carente, oprimido e sem esperanças! Sim, o Verbo havia se tornado carne para participar dos sofrimentos humanos. Ele tem poder para curar as doenças físicas e espirituais da humanidade (Lc 9.11).
PARA REFLETIR
Sobre os ensinos do Evangelho de Lucas, responda:
Qual era a concepção do judaísmo sobre as doenças?
De acordo com a lição, por que Jesus curava os doentes?
A cura do cego de Jericó revela outra razão para as curas. Qual seria?
Por que nosso corpo continua vulnerável às doenças?
Você crê que Jesus continua a curar os enfermos?